A História de Elcana na Bíblia: Quem foi Elcana, Pai do Profeta Samuel

Elcana foi o pai do profeta Samuel. Casado com Ana e Penina, tem sua história contada nos dois primeiros capítulos do livro de 1 Samuel.

Elcana nasceu em um lugar chamado: Ramataim-Zofim e seu nome tem o possivel significado de “Deus tem tomado posse, ou Deus tem criado”. Ele morava em uma cidade que ficava na região montanhosa de Efraim, cerca de 24 quilometros ao norte de Jerusalém. Foi neste lugar que nasceram tanto Elcana como Samuel. Embora  Elcana tivesse nascido em uma cidade no território de Efraim, na verdade ele pertencia a tribo de Levi, isto porque, quando se deu a divisão das terras conquistadas de Canaã, a tribo de Levi não recebeu territórios, mas apenas cidades espalhadas dentre outras tribos, e foi em uma dessas cidades que nasceu Elcana.  Elcana portanto era Efraimita por residência e levita por descendência, por este motivo Samuel seu filho, pode atuar sem problemas no tabernáculo.

Embora o nome oficial deste lugar fosse Ramataim-zofim, ela era mais conhecida por sua abreviação “Ramá”. – pesquisar o artigo sobre rama--.

A cidade Ramá acabou se tornando a residência oficial de Samuel, conforme é descrito em 1 samuel 7.17.

Ramá se tornou o lar de Samuel e foi nesta cidade que foi sepultado. (1sm 25.1).

O texto bíblico nos informa que Elcana era casado com duas mulheres, seus nomes eram Ana e Penina. O casamento com mais de uma mulher era comum naquele tempo,  e ao que parece, o que motivou Elcana a ter mais de uma esposa, era o fato de sua primeira mulher, Ana, ser estéril.

Para os israelitas era um grande problema não ter filhos. A continuidade da linhagem e da herança se dava por meio dos filhos,  e o fato de não poder ter filhos e participar da continuidade do nome e da herança da família, acabava se tornando um desastre para uma mulher.

Sendo assim,  era comum que um homem procurasse outra mulher para ter filhos com ela. Geralmente era uma serva da primeira esposa, que então daria continuidade a sua linhagem.

Elcana seguiu esse caminho e tomou uma segunda esposa para si. Esse duplo casamento causou muitos conflitos na casa de Elcana.

Ana sua primeira mulher se tornou triste e amargurada por não poder dar filhos a Elcana, enquanto Penina se gloriava de seus muitos filhos.

 

Elcana todos os anos se dirigia até o centro da adoração nacional israelita, a fim de participar das festividades religiosas, que eram obrigatórias a todos os homens.

Esse centro de adoração ficavam em Siló e ali se encontrava o Tabernáculo.

Havia três festividades anuais obrigatórias, sendo elas a Páscoa, o Pentecostes e os Tabernáculos. Sendo assim, Elcana fazia ao menos uma viagem anual a Siló, mas ao que parece, Elcana se fazia presente em todas as três festas do ano conforme era requerido.

Conforme o texto bíblico indica, Elcana era um homem piedoso, que observava e cumpria com seus deveres religiosos.

Elcana viajava todos os anos para Siló e ali deixava seu sacrifício ao Senhor. Parte desses sacrifícios eram divididos e consumidos pelos sacerdotes e por aqueles que ofereciam o sacrifício.

Nas ofertas pacificas, a gordura e o sangue eram ofertados a Jeová. A gordura era queimada e o  sangue derramado. Porém o peito e o ombro direito do animal era destinado aos sacerdotes. O restante do animal ficava com a pessoa que levava o sacrifício. Sendo assim, o  momento do sacrifício era tido também como um momento de festividade, do qual toda a família participava.

É bem possível que Penina, por ter gerado muito filhos a Elcana, tivesse uma posição de destaque durante essas festas. Porém Ana era a esposa mais amada de Elcana, embora não tivesse filhos.

Nestas festas, Elcana dava uma porção do sacrifício para Penina e cada um de seus filhos, porém para Ana, sua esposa amada, era dado uma porção dobrada. Uma tentativa de compensar a falta de filhos e demonstrar sua preferência sobre ela.

Apesar de todo o esforço que Elcana fazia para alegrar e compensar Ana, a tristeza e a amargura aumentava cada dia mais na vida de Ana, devido principalmente aos constantes ataques que sofria de Penina.

Penina ano após ano provocava e humilhava Ana. Toda essa situação fez com que ela se entristecesse ao ponto de não se alimentar. A tristeza a consumia por dentro.

Elcana ficou muito preocupado com sua esposa. Ele era um bom marido para ela, fazia tudo para lhe deixar feliz, e então questionou o porquê de seu sofrimento, pois ele demonstrara ser melhor pra ela do que dez filhos.

Penina havia afligido Ana de tal forma que Lea já não queria mais se alimentar  e a tristeza pairava sobre seu rosto.

Embora Elcana fosse um bom marido, o fato de não ter filhos trazia muitas aflições para Ana.

Ela buscava ter um filho para que assim fosse participante não só da herança, mas da continuidade da linhagem e descendência de Elcana.

Certo dia, após o período de festa, Ana se dirigiu ao tabernaculo, e ali se prostou buscando o favor do Senhor. Em meio as lágrimas, com sua alma ferida, orou ao Senhor e  buscou com todas suas forças uma solução para seu problema.

Ali Ana, com seu coração contrito,  fez um voto ao Senhor.

Se Deus lhe desse um filho, ele seria dedicado ao Senhor e serviria no Tabernáculo.

O Senhor Deus, ouviu a oração de Ana e a favoreceu, permitindo que ela engravidasse de Elcana. O nome dado a criança foi Samuel, e ele se tornou um importante personagem na história de Israel.

Elcana se demonstrou fiel e obediente ao Senhor, não só buscando cumprir com a promessa que Ana havia feito ao Senhor, mas também a orientando para que fizesse o mesmo.

Após ser desmamado, Samuel foi entregue ao Senhor, para crescer e servir no Tabernáculo.

O texto bíblico não entra em detalhes sobre o fim de Elcana, mas destaca através de sua história, que Deus vence barreiras que aparentemente pareciam impossíveis, para que assim a sua vontade seja cumprida.